São João Paulo II frequentemente falou sobre Maria, Mãe de Deus, em suas catequeses, encíclicas e outros ensinamentos. Ele explicou a razão pela qual a Igreja Católica venera Maria como Mãe de Deus (Theotokos) com base na compreensão teológica e na tradição da Igreja.
O livro “A Virgem Maria” de São João Paulo II é uma compilação de seus ensinamentos sobre a Mãe de Deus, que aborda diversos aspectos teológicos, bíblicos e espirituais sobre Maria. A título de exemplo, em sua encíclica “Redemptoris Mater” (1987), São João Paulo II explicou que o título “Mãe de Deus” está profundamente enraizado no mistério da Encarnação. Já no livro “A Virgem Maria” faz uma compilação de seus ensinamentos sobre a Mãe de Deus, que aborda diversos aspectos teológicos, bíblicos e espirituais.
No livro, São João Paulo II destaca que a compreensão da maternidade divina de Maria está profundamente enraizada no mistério da união hipostática, ou seja, a união das naturezas divina e humana em Jesus Cristo. Ele afirma que:
“A Igreja professa que Jesus Cristo é uma única pessoa em duas naturezas, a divina e a humana. Maria, ao conceber e dar à luz Jesus, deu à luz não apenas um homem, mas o próprio Deus feito homem.”
Esta afirmação sublinha que a maternidade de Maria se estende a toda a pessoa de Jesus, que é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Assim, ao dar à luz Jesus, ela se torna verdadeiramente Mãe de Deus.
Mistério da Encarnação
São João Paulo II enfatiza que o título de “Mãe de Deus” (Theotokos) está intimamente ligado ao mistério da Encarnação. Ele explica:
“No momento da Anunciação, o Verbo eterno se encarnou no seio da Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo. Este evento marca o início da nova e eterna aliança de Deus com a humanidade.”
Ao aceitar ser a mãe do Filho de Deus, Maria coopera de maneira singular no plano divino de salvação. Este mistério é central para a fé cristã e realça a importância de Maria como a Mãe de Deus.
O livro também explora as bases bíblicas e tradicionais para a veneração de Maria como Mãe de Deus. São João Paulo II cita passagens do Evangelho de Lucas, como a saudação do anjo Gabriel e a visitação a Isabel:
“O anjo Gabriel anuncia a Maria: ‘Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo’ (Lc 1, 31-32). E Isabel, cheia do Espírito Santo, exclama: ‘Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor?’ (Lc 1, 42-43).”
Essas passagens sublinham a verdade da maternidade divina de Maria desde os primeiros momentos da Encarnação.
Concílio de Éfeso
O Concílio de Éfeso em 431 é um marco fundamental na definição dogmática de Maria como Theotokos. São João Paulo II aborda este evento histórico no livro, ressaltando sua importância:
“O Concílio de Éfeso foi convocado para resolver a controvérsia sobre a maternidade de Maria. A Igreja declarou solenemente que Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus, não apenas porque deu à luz Jesus como homem, mas porque Jesus é ao mesmo tempo Deus e homem.”
Este concílio reafirma a unidade da pessoa de Cristo e reconhece a importância da maternidade divina de Maria no contexto da salvação.
Finalmente, São João Paulo II reflete sobre o papel singular de Maria na história da salvação e na vida da Igreja:
“Como Mãe de Deus, Maria tem um papel único e insubstituível no plano de salvação de Deus. Ela é a nova Eva, a mulher que, pela sua obediência e fé, cooperou de maneira plena com a vontade de Deus, trazendo ao mundo o Salvador.”
Ele enfatiza que a veneração de Maria não diminui a glória de Cristo, mas, ao contrário, realça a grandeza do mistério da Encarnação e da redenção.
Portanto, São João Paulo II oferece uma visão rica e profunda sobre a maternidade divina de Maria, mostrando como essa verdade está enraizada na teologia cristã, nas Escrituras e na tradição da Igreja. Ele destaca a importância de Maria no mistério da Encarnação e na vida da Igreja, inspirando os fiéis a reconhecerem e honrarem a Mãe de Deus.
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